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Confraria portuguesa da cachaça brasileira

Todos os últimos sábados de cada mês, no Restaurante Uai, em Lisboa, reúne-se a Confraria Clube da Cachaça de Portugal, fundada a 22 de Outubro de 2005, sob a égide do presidente da Confraria Clube da Cachaça de Brasília, onde se provam diferentes cachaças acompanhadas da genuína comida tradicional de Minas Gerais.



Porque Cachaça também é Cultura

“Embaixador Lauro Moreira: “Pouco a pouco o controlo de qualidade foi melhorando e generalizando-se. A própria embalagem, que passou do tipo de garrafa de vinho ou de cerveja, fechada com “carica”, para um estilo de embalagem mais internacionalmente aceite”

 

 

 Todos os últimos sábados de cada mês, no Restaurante Uai, em Lisboa, reúne-se a Confraria Clube da Cachaça de Portugal, fundada a 22 de Outubro de 2005, sob a égide do presidente da Confraria Clube da Cachaça de Brasília, onde se provam diferentes cachaças acompanhadas da genuína comida tradicional de Minas Gerais. Roberto da Silveira, advogado português e confrade co-fundador explica que, “para além de dar a conhecer a cachaça, é o convívio, conversar sobre o Brasil, sobre as coisas boas da vida. Todas as pessoas são bem-vindas. Todos se podem sentar à mesa da Confraria”, convida Silveira “Roberto Silveira: “depois que descobri acachaça artesanal, pra mim acabou a caipirinha!

 

 

 

Como nos lembra António Gomes, também português e presidente da Confraria, “foi com a cachaça que D. Pedro I brindou a independência do Brasil”. Vale lembrar que este gesto foi repetido pelo ex-presidente do Brasil, Fernando Henrique Cardoso, na comemoração dos 500 anos do “descobrimento do Brasil”, celebrada em Porto Seguro, na Bahia, em 2000, onde FHC fez um brinde com a legítima cachaça brasileira. Lauro Moreira, embaixador do Brasil junto à CPLP, cachaçólogo e promotor de longa data do destilado brasileiro, explica ao   culturabrazil-europa.com: “A cachaça começa por surgir no Brasil no séc. XVI, destilada da cana de açúcar levada pelos portugueses da Ilha da Madeira. Inicialmente muito fermentada, bebida pelos escravos para resistirem melhor ao rigor do trabalho, ficou por isso muito associada às classes populares. De há cerca de 15 anos para cá começou-se a tomar mais consciência de que aquela “bebida do povão” era um produto muito bom. E começou a haver uma grande campanha para a sua valorização, melhoria de qualidade de produção, em termos de certificação, e do seu consumo mais consciente. Hoje a cachaça é um produto que é o grande orgulho do Brasil”, conclui Lauro Moreira.  “Cachaça artesanal é um produto natural, resultado da fermentação do suco da cana de açúcar e da sua destilação. Não há mais nada!

 

 

Segundo Luís da Câmara Cascudo (1898-1986), estudioso da cultura brasileira, foi precisamente essa ligação da cachaça com as classes mais baixas que a fez preservar a sua autenticidade. “É curioso que no Brasil não haja mais estudos sobre a ligação da cachaça com a cultura, uma vez que essa relação é fortíssima”, lembra ainda o embaixador Lauro Moreira. O Brasil produz anualmente mais de 1,4 mil milhões de litros de cachaça representando cerca de 370 milhões de Euros. No segmento artesanal, as cachaças são processadas em empresas tipicamente familiares e de baixa escala de produção. Além de melhorar a qualidade de vida do agricultor, a produção de cachaça traz estabilidade financeira, gera trabalho, elimina o êxodo rural e promove o desenvolvimento comunitário e a conscientização ambiental. Só no estado de Minas Gerais, gera atualmente cerca de 160.000 postos de trabalho, beneficiando cerca de 390.000 pessoas. “Cíntia Cardoso: “degustar e procurar sabores e odores.

 

 

Cíntia Cardoso, representante da cachaça artesanal Diva, que iniciou a sua comercialização há 6 anos, contando com António Gomes como um dos seus primeiros clientes e que inaugurou há um ano uma filial em Portugal, ajuda-nos a entender que a cachaça é para ser degustada e o gosto educado para a apreciar: “Primeiro deve rodar o destilado no copo e observar a forma em lágrima como ela desce pelo vidro, a formação de bolhas de ar quando agitada, os odores a madeira, o sabor a alegria…” – explica Cíntia – “A cachaça é envelhecida em barris de madeira durante 2-3 anos”. Último sábado de cada mês, todos são bem vindos à mesa da Confraria.

 

 

Portugal importa 700 mil litros de cachaça brasileira por ano, sendo cerca de 98% industrializada. Lauro Moreira sublinha a pureza e nobreza da cachaça artesanal quando comparada com a industrializada, produzida em grandes quantidades e utilizada para misturar em drinks como a famosa caipirinha: “Na cachaça artesanal, os primeiros 10% da prensagem inicial da cana de açucar e cerca de 20% da prensagem final acabam por não ser utilizadas para a destilação, sendo apenas aproveitada a chamada “cachaça do coração”, representando os outros 70%”. Lauro lembra ainda uma conversa que teve um dia com um produtor de cachaça do estado de Espírito Santo, que lhe confidenciou: “O Brasil inteiro faz cachaça, não é difícil fazer cachaça, mas existem 3 requisitos fundamentais e essenciais: honestidade, honestidade e honestidade”.

 

 

Confraria Clube da Cachaça brasileira em Portugal Restaurante Uai / http://www.uai.pt/visita/tour.html Rocha Conde de Óbidos, Armaz.114, Lisboa Último sábado de cada mês, 13h00 Telef.: 213 900 111 E-mail: [email protected]

 
 

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